domingo, 2 de novembro de 2008

Medidas contra o caos no Transporte Coletivo

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Mais de mil ônibus nas ruas, novos terminais, novos abrigos, e novos corredores foram anunciados pela CMTC.

por Lorena Gonçalves
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A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, CMTC, anunciou no último dia 25 a compra de 1.043 novos ônibus para a grande Goiânia. Na reunião que contou com as presenças do governador Alcides Rodrigues e do prefeito Íris Rezende, foi fechado um contrato com a Volkswagen do Brasil, que realizou a maior venda de ônibus no país.

Essa é somente uma das mudanças que a atual administração pretende fazer nos próximos meses. Além da nova frota de ônibus, que as quatro empresas (Rápido Araguaia, HP, Reunidas e Cootego) que renovaram os contratos vão por em circulação dentro de seis meses, mais 1700 novos abrigos foram comprados, haverá mudanças nos terminais e pontos de ônibus, que passarão a ser administrados pelas empresas responsáveis, e ainda, uma licitação para um eixo Norte-Sul está em fase de conclusão.

Essa nova via será um corredor exclusivo com ônibus articulados que deve partir da Avenida Goiás Norte, passar pela Avenida Goiás, no centro, seguir até a Rua 90, parar no Terminal Isidória, continuar pelo Terminal Cruzeiro do Sul e chegar até o Terminal Veiga Jardim em Aparecida de Goiânia. De acordo com a CMTC o projeto funcional já está pronto e em breve um edital será aberto para que haja a aprovação de uma empresa que executará as obras.

Também entrará em ação a Central de Controle de Operações (CCO) e o Sistema de Informação ao usuário (SIU). O primeiro é de um serviço de monitoramento via satélite, no qual o fluxo dos veículos poderá ser monitorado ao vivo pelas empresas e pela CMTC. Já a o SIU é um serviço de comunicação entre as empresas e os usuários, e poderá ser acionado por um telefone 0800 ou pela internet.

Outro anúncio é a remodelação dos terminais do Cruzeiro e das Bandeiras, que serão totalmente demolidos para dar lugar a novas construções. Nesse período de transição cartilhas e outros materiais informativos serão entregues aos usuários para esclarecer possíveis dúvidas.
“No máximo em seis meses a população estará sentindo uma grande melhoria. Em breve, a grande Goiânia terá o mais moderno transporte público do país”, afirma Marcos Massad, presidente da CMTC, que ainda afirma: “Juntamos tudo o que a população reclamava e colocamos no edital”.

Situação atual

A atual frota de ônibus que roda na região metropolitana é bastante deficitária. Mesmo com determinações da Agência Nacional de Transportes Públicos que estipula em cinco anos a idade máxima dos veículos, as empresas em exercício possuem ônibus que rodam a muito mais tempo do que o permitido.

“Todas as empresas que hoje circulam na região metropolitana de Goiânia têm ônibus com mais de dez anos”, diz Massad. É o caso da maioria dos veículos da empresa Guarany, que trabalha na região norte da capital. O ônibus LCG 7697, por exemplo, que faz a linha Praça da Bíblia – Itatiaia, completou seus dez anos de uso em julho do ano passado, e ainda está com o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) atrasado há três anos.

Nos terminais também há muitos problemas enfrentados pelos usuários, como infra-estrutura precária, pontos de ônibus lotados, confusão no embarque e desembarque, falta de policiamento e conseqüentes assaltos, excesso no número de vendedores ambulantes e falta de materiais informativos (placas, mapas, etc).

A CMTC informou que os mais de 400 milhões de reais investidos pelas quatro empresas serão aplicados nos próximos meses para sanar todos esses problemas. Marcos Massad culpa a situação atual ao abandono dado pelos governantes nos últimos oito anos, quando começaram a circular vans, microônibus, e outros veículos de cooperativas, que teriam deixado os donos das empresas temerosos e com receio de investir.

Ele ainda afirmou que somente nos últimos três anos houve acordo entre empresários e governo, quando pouco mais de 400 ônibus novos e seminovos foram colocados em circulação. Empresas com problemas também tiveram suas atividades reformuladas ou extintas, como a Companhia de Transporte Coletivo (CTC) de Aparecida que deixou porque seus veículos estavam sucateados. Já a Cootego diminuiu seu número de ônibus em circulação para que pudesse melhor atender aos usuários.

Transição

Dentro dos 180 dias estipulados está incluído o período de tempo máximo que as empresas que não renovaram os contratos poderão atuar. Os ônibus das linhas que antes eram responsabilidade de Guarany, Paraúna e Leste serão substituídos por outros de outras empresas gradualmente.

No novo sistema, a região metropolitana foi dividida em quatro áreas operacionais. No arco Oeste-Noroeste as empresas Reunidas será detentora da metade das linhas. No arco Sul-Sudeste a HP terá direito à metade das linhas. No arco Norte-Leste a vencedora foi a Cootego, que explorará a metade dos serviços. A Rápido Araguaia, que é a maior absoluta e comprou quase a metade de todos os ônibus novos, terá acesso à metade da exploração de todos os lotes anteriores. No Centro Expandido todas as empresas poderão circular, já que é uma área de intersecção.

A tarifa das passagens vai ser reajustada em 10% nesse mês, passando a custar dois reais. De acordo com a CMTC esse aumento foi necessário por que o preço já era o mesmo há dois anos e seis meses e as empresas precisavam de incentivo para querer investir mais. A revisão dessa tarifa foi um tópico obrigatório para a aceitação dos editais por parte dos empresários.

As passagens do eixo Anhangüera continuam com o preço normal de 45 centavos porque a linha não entrou na nova licitação. A estatal Metrobus continuará explorando a principal via do transporte coletivo da região metropolitana até 2009.

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