quinta-feira, 11 de junho de 2009

Crise do Petróleo: dos anos 50 à atualidade

.

O petróleo é hoje um dos elementos mais importantes da economia mundial. A refinação de seus componentes produz matérias-primas de combustíveis, polímeros plásticos e até de medicamentos. De acordo com o Departamento de Estatística dos Estados Unidos, uma parte significativa da produção petrolífera atual se encontra no Oriente Médio. Entre os 15 maiores produtores mundiais, cinco estão na região. Além disso, as cinco maiores reservas do planeta estão localizadas na Arábia Saudita, no Irã, no Iraque, no Kuwait, e nos Emirados Árabes Unidos.

Desde a Idade Antiga há registros do uso do petróleo, principalmente como produto para pavimentação de estradas, aquecimento, e lubrificantes. Entretanto, foi na metade do século XIX que o primeiro poço de extração foi construído, na Pensilvânia (EUA). Nascia ali a indústria petrolífera moderna. Em 1874, os Estados Unidos já produziam dez milhões de barris anuais de petróleo.

No Oriente Médio, a exploração se deu a partir da rivalidade entre o Império Russo e a Grã-Bretanha. A Inglaterra mantinha acordos com a Pérsia (atual Irã), que permitiam a produção do combustível fóssil. Além de um pacto econômico, a situação era politicamente engajada, pois neutralizaria os interesses russos na região. Após desavenças, quebras e reincidências de contratos, a primeira perfuração de sucesso foi feita em 1904, em uma área desértica da Pérsia.

Em pouco tempo, a atividade petroleira tornou possível a criação de grandes empresas do Oriente Médio, como a Turkish Petroleum Company, e a Anglo-Persian Oil Company. Nesse período da História, vários países controlavam o mercado, como a Alemanha e a França. Contudo, ao eclodir da Primeira Guerra Mundial, as cooperações entre países inimigos foram suspensas. Após a derrota alemã, e a dissolução do Império Otomano, as potências vencedoras passaram a controlar o petróleo na região.

No final da década de 20 do século XX, havia um monopólio de mercado por parte da Grã-Bretanha. Para validar as explorações, era necessário que os responsáveis apresentassem cláusulas de nacionalidade britânica. O monopólio só foi quebrado na década de 30, quando houve desentendimentos entre a potência inglesa e a Arábia Saudita. Derrotados, os britânicos associaram-se aos estadunidenses.

Após a Segunda Guerra Mundial, as nações estavam em processo de consolidação, e havia um forte sentimento de soberania nacional. Desta maneira, os países do Oriente Médio manifestaram-se a favor da libertação das companhias petrolíferas ocidentais. No Irã, por exemplo, as jazidas foram nacionalizadas.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo foi criada em 1960, por Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Iraque, e Venezuela. O objetivo da OPEP era unificar o preço do produto, promover um cartel internacional, e controlar as ofertas mercadológicas. No entanto, a organização só pôde mostrar seu potencial cerca de 10 anos depois da criação, quando um oleoduto se rompeu, e as oscilações de mercado mostraram o quanto o mundo dependia da produção petrolífera.

A primeira crise que abalou as indústrias petrolíferas foi a Guerra de Suez (1956), na qual o principal canal de exportação de mercadorias foi nacionalizado pelo Egito. Com o bloqueio, o abastecimento de petróleo foi interrompido, e os preços aumentaram subitamente. Já na Guerra do Yom Kipur (1973), a crise se intensificou graças a um conflito entre Israel, e uma coalizão árabe liderada pelo Egito. No ocorrido, a OPEP elevou o preço do barril em 70% e diminuiu o ritmo de produção. A partir de então, os países produtores do combustível fóssil tornaram-se controladores do mercado, pois as companhias petrolíferas perderam espaço diante das nações comerciantes.

Durante praticamente toda a década de 80, o conflito Irã-Iraque intensificou a chamada Crise do Petróleo. Na guerra, os preços aumentaram mais de 1000%, devido a vários poços de extração que foram incendiados. Além disso, a maior refinaria do mundo de combustível fóssil foi destruída, em Abadã, no Irã, e o conflito enfraqueceu dois dos principais produtores mundiais.

Já no início da década de 90, iniciou-se a Guerra do Golfo. O Iraque, coordenado por Saddam Hussein, havia invadido o Kuwait. Com a intervenção dos Estados Unidos, os iraquianos foram expulsos, mas alguns poços kwaitianos foram incendiados. Os ataques ocasionaram tensões econômicas e ecológicas.

No ano passado, às vésperas da eclosão da atual crise econômica mundial, houve movimentos especulativos em nível global, o que ocasionou aumento de mais de 100% no preço do petróleo, somente entre os meses de Janeiro e Julho. Desta maneira, o petróleo continua como grande força motriz para crises no Oriente Médio. Por causa da distribuição planetária, e da interatividade mercadológica, os países dependentes do combustível fóssil estão à mercê das influências internacionais.

1 Comentário

Liz Vieira disse...

Olá! Tudo bem?

Primeiro adorei o blog. Meu nome é Liz e também sou blogueira, estou pensando em realizar um encontrinho de blogueiras em Goiânia e gostaria de contatos de outras blogueiras, se vc conhecer poderia me passar?? Acabei de realizar um encontro no DF e meu parceiros gostariam que eu realizasse outro em Goiânia. Se vc tiver também interesse em participar me mande seu contato. Bjim
Liz
branquelasardenta.blogspot.com

 

Lorena Gonçalves - 2008 / 2009 - Todos os direitos reservados.
Melhor visualizado com Mozilla Firefox - 1024 x 768


^