domingo, 2 de novembro de 2008

Beijo Científico

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Na semana em que vimos o sexo em parques públicos ser liberado na Holanda, esse texto não poderia passar despercebido a um assunto de tão evidente interesse à população mundial. Só preciso dizer-lhes que não vou falar sobre sexo (ainda), pois o tema da aula de hoje é o nosso querido, esperado e (muitas vezes) viciante beijo.

Tudo começou a muito, muito tempo atrás, numa terra tão distante que ninguém sabia onde era, ou quem foi o autor. Os boatos dizem que o costume iniciou-se na Mesopotâmia, quando os mortais enviavam beijos a seus deuses. Já na Antiguidade, gregos e romanos trocavam ósculos entre guerreiros que voltavam dos combates; era uma prova de exaltação e reconhecimento pelo bom trabalho. Apesar de os gregos gostarem bastante de beijar, foram os romanos que difundiram o costume. Os nobres podiam beijar os lábios, inclusive do imperador. Já os menos importantes deveriam-se contentar com beijinhos nas mãos; e se fossem súditos só os pés. Havia três tipos de beijos em Roma, o basium – dado entre conhecidos -, o osculum – para os amigos -, e o suavium – beijo entre amantes.

Algum tempo depois, na Idade Média, já havia registros históricos sobre beijos, mas nem pense que possuíam esse mesmo significado que temos hoje. Nessa época, somente os homens podiam beijar, e este era um tipo de forma de firmar contrato entre os senhores e seus vassalos. Entretanto, com o passar do tempo beijar pessoas do mesmo sexo não ficou tão bem visto como antigamente, e a prática tornou-se discriminada.

Em outros lugares, existiam beijos bastante estranhos, como na Escócia. Imagine que no fim da cerimônia de casamento quem beijava a noiva era o padre! Sem falar que durante a festa a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro. Já na Rússia ganhar um beijo do Czar era a maior honra que alguém poderia receber.

Na França o beijo era bem mais liberal, inclusive quem já não ouviu a expressão “beijo francês”? Mas em outros países como a Itália, se algum casal fosse pego beijando em local público era obrigado a casar imediatamente. E na nossa cultura ocidental, o beijo sempre foi o que é hoje: beijinho no rosto para cumprimentar os amigos, e beijo nos lábios para os nossos affairs.

Século XXI, e o beijo continua mais no auge do que nunca, mas o que alguns nem mesmo sabem é que o ósculo-mor da sociedade tem evoluído, e o que antes era só uma mostra de sentimentos, agora também pode ser um manifesto social. É assim que o movimento Vale-Beijo cresce estrondosamente, com postos de troca nas maiores festas do país e site na internet.
De acordo com os idealizadores, não há mais motivo para pessoas ficarem sozinhas, é só trocar os seus tickets nos postos mais próximo. Tudo começou em 1999 com uma iniciativa entre amigos, mas já no ano seguinte o evento contou com postos de troca em uma grande festa de carnaval do Espírito Santo. Daí em diante o movimento do Vale-Beijo não parou mais.
Ao se cadastrar na associação é possível comprar vários produtos da marca, além de ganhar beijos virtuais, ver as fotos dos eventos que já aconteceram e compartilhar experiências.

Além do prazer, uma boa justificativa para esses beijoqueiros de plantão são os hábitos saudáveis que o beijo proporciona. Imagine que a cada dez segundos de um beijo caliente é possível emagrecer até 15 calorias. Se você quer compensar o pedaço de lasanha que comeu no almoço é preciso dar nada mais do que 107 beijos.

Outro fator benéfico é a movimentação muscular. Quando uma pessoa beija 29 músculos se movimentam, sendo que só na língua são 17. O coração também se exercita muito, os batimentos aumentam em média de 70 a 150 por segundo, o que mantêm o sangue bastante oxigenado. Ao mesmo tempo, há a liberação de uma substância chamada feniletilamina, que está relacionada com as sensações prazerosas às quais o corpo reage, e também tem ligação com o sentimento de paixão.

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Lorena Gonçalves - 2008 / 2009 - Todos os direitos reservados.
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