quinta-feira, 11 de junho de 2009

McCartismo: a caça às bruxas comunistas

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Após segunda guerra mundial, uma política de abominação ao Comunismo foi disseminada pela maior potência mundial

Desde a segunda metade da década de 10 do século XX, havia rumores de que o regime Comunista poderia atingir, em algum grau e de alguma forma, os Estados Unidos. As expectativas formavam-se a partir do conceito de que a recém criada União Soviética seria uma potência respeitável, diante do episódio da Revolução Russa de 1917.

As tensões internacionais intensificaram com o passar dos anos. Em 1938, os EUA criaram a Comissão para Investigação de Atividades Antiamericanas, uma instituição que trabalhava em busca de atividades que pudessem ser taxadas como espionagem contra o país. No ano seguinte, 1939, todos os funcionários federais estadunidenses foram proibidos de formar organizações revolucionárias, de acordo com a lei Act Hatch. Todos eram suspeitos de atividades ilícitas, até mesmo o presidente Franklin Roosevelt, que foi acusado de permitir infiltrações comunistas.

No entanto, a grande problemática entre os EUA e a União Soviética ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. Os dois países estabeleceram-se como as potências econômicas mais relevantes da época. O sucessor de Roosevelt, Harry Truman, intensificou as políticas protecionistas estadunidenses contra o Comunismo. O então novo presidente acreditava que influências do regime “privava os povos de liberdade, devendo, portanto, ser combatido”.

Em 1947 surgiu oficialmente a Guerra Fria, um conflito de extremos ideológicos: o capitalismo versus o socialismo. As políticas externas dos EUA, logo foram incorporadas também internamente: no imaginário social os soviéticos eram tidos como inimigos que deveriam ser perseguidos. Neste contexto surge o McCartismo, um fenômeno composto por denúncias indiscriminadas, prisões, perseguições políticas, incentivos às delações, formação de listas acusatórias, e desrespeito aos direitos individuais.

O McCartismo, cujo nome é dedicado ao seu fundador senador Joseph McCarthy, era justificado em prol da democracia, e por ser contra as conspirações antiestadunidenses. Um dos primeiros alvos da nova política foi o cerne do Cinema no país, Hollywood. Assim como no período ditatorial brasileiro, as obras cinematográficas dos EUA eram fiscalizadas por profissionais a serviço do governo. Devido à repressão, até mesmo Charles Chaplin tornou-se vítima de perseguição, e acabou por deixar o país. As acusações de comunismo também foram feitas contra universidades, sindicatos, música, arte, teatro, e até contra o serviço público.

O senador McCarthy teve seu auge de atuação política a partir de 1950, quando várias denúncias de infiltração comunista foram feitas ao Departamento de Estado. Ele foi presidente de uma Subcomissão de Inquérito do Senado dos EUA e difundiu especulações a respeito da instabilidade nacional diante da influência da União Soviética. A sensação de tensão foi intensificada pelo apoio midiático recebido. Os veículos de comunicação propagavam a idéia de “ameaça vermelha” frequentemente.

A decadência do senador ocorreu quando arquivos confidenciais do Exército estadunidense foram exigidos para passarem por inquéritos. A atitude foi desaprovada pela instituição, e McCarthy foi afastado de seu cargo político. Embora, mesmo com sua morte, em 1957, o McCartismo teve vestígios até a década de 70, como as listas negras, e especulações catastróficas. O fim desta política ocorreu em 1975, e foi simbolizada pela extinção da Comissão de Segurança Internacional.

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Lorena Gonçalves - 2008 / 2009 - Todos os direitos reservados.
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