quinta-feira, 11 de junho de 2009

A terra das incertezas

.

A Península Palestina é palco de conflitos mesmo antes da criação do Estado de Israel

As primeiras citações relacionadas ao povo israelita datam de 2000 a.C. Vários grupos nômades dos que se intitulavam “escolhidos de Deus” habitavam a região entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia. Por volta do ano 1600 a.C, o povo de Israel migrou para o Egito em busca de terras mais férteis e estabilidade na subsistência. Na época, o governador egípcio era José, um descendente israelita. Entretanto, com as sucessões de poder, o novo faraó temeu pelo crescimento populacional e tornou os migrantes escravos.

Após os anos de cativeiro no Egito, as tribos israelitas se unificaram em um único reino. Por meio de guerras, voltaram para a região do monte Sinai, e tomaram Jerusalém, que se tornou a nova capital. Em 922 a. C. Israel foi dividido em dois: o Reino das Dez Tribos ao norte, e o Reino de Judá ao sul. Nessa época, aproveitando-se da fragilidade do povo, Nabucodonosor, o imperador da Babilônia, invadiu a região e tornou os israelitas seus escravos.

Cinqüenta anos depois, os escravos foram libertos, e voltaram para Jerusalém, onde reconstruíram a cidade das ruínas, e reuniram seu povo. No entanto, a calmaria não durou muito, pois o Império Romano dominou Israel e, além de outros fatos, oficializou a religião cristã como oficial. Os judeus, já denominados assim, se rebelaram várias vezes contra os romanos, mas não obtiveram resultados benéficos. Somente na Grande Revolta Judaica, um milhão de pessoas teria morrido.

Por causa dos conflitos, os judeus dissiparam-se pelo mundo no chamado Êxodo. Durante esse período de fugas, a região que ocupavam no Oriente Médio foi tomada por árabes. O Império Romano, então, oficializou a região como Península Síria Palestina. Desta forma, sem uma área geográfica delimitada para seu Estado, os judeus continuaram em diáspora.

Somente no final do século XIX, com o Sionismo, os judeus alertaram-se para a possibilidade de se unirem para terem uma autonomia nacional. O movimento sionista tinha o objetivo de mobilizar os descendentes israelitas para comprarem terras na região do monte Sinai, onde formariam um novo Estado. Entretanto, a escolha do território foi complexa. Os judeus cogitaram formar o novo país em áreas como Uganda, Bacia do Rio Prata (Argentina) e Ilha de Chipre.

A área no Oriente Médio foi escolhida por causa de seu valor simbólico para os judeus, pois ali fora o berço da civilização, e onde estaria a Terra Prometida de Canaã (um lugar que manaria leite e mel para os escolhidos de Deus). Contudo, os árabes palestinos já habitavam a região há cerca de 400 anos, e os conflitos se sucederam cronologicamente entre os dois povos.

Após o Holocausto nazista, no qual mais de seis milhões de judeus foram mortos, as pressões para a criação do Estado de Israel intensificaram-se sobre a Organização das Nações Unidas (ONU). Então, em novembro de 1947, uma Assembléia Geral decidiu pela divisão da região em dois estados, um judeu e um árabe. Os sionistas aprovaram a decisão, mesmo que não tivessem conseguido toda a península da Palestina. Já a Liga Árabe, que compreendia 22 países árabes, não aceitou a partilha, e iniciou um conflito armado contra Israel. A partir deste momento, três grandes guerras foram instauradas na região: a Guerra de Suez, a Guerra dos Seis Dias, e a guerra do Yom Kippur.


As origens do Sionismo

O termo Sionismo vem da palavra Sião (Zion), que é um monte localizado próximo a Jerusalém. O movimento sionista tinha o objetivo de, com bases religiosas, reunir os judeus dispersos pelo mundo em um único lugar, onde formariam um Estado Judaico. Desenvolveu-se principalmente no centro e no leste da Europa, a partir da segunda metade do século XIX.
Alguns dos pensadores mais importantes do Sionismo foram Dov Ber Borochov e Aaron David Gordon, que discorreram idéias de cunho socialista. As principais críticas recebidas pelo movimento foram a respeito do possível racismo, já que a formação do Estado de Israel excluiria todo aquele que não tivesse descendência judia, ou que se declarasse convertido ao judaísmo.

0 Comentários

 

Lorena Gonçalves - 2008 / 2009 - Todos os direitos reservados.
Melhor visualizado com Mozilla Firefox - 1024 x 768


^